Depois de 54 anosfortune tiger woods, um dos mais conhecidos crimes da ditadura militar ainda não tem definição sobre a possibilidade de punir os acusados, hoje protegidos pela Lei da Anistia.
Um dos recursos relacionados à morte do ex-deputado Rubens Paiva foi encerrado no último dia 9 no STF (Supremo Tribunal Federal). O outro, apresentado em 2021, ainda não teve decisão.
Ama conforto? Trabalhe tranquilo com a Banda Larga da ZA9BET.Os dois processos tratam do mesmo tema e são relatados pelo ministro Alexandre de Moraes. Por meio do caso, o STF pode ainda rever a abrangência da Lei de Anistia. O Ministério Público Federal provocou a corte em uma das ações para argumentar que determinados crimes cometidos pela ditadura não podem ser anistiados.
Em 21 de novembro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou pelo encerramento de um dos processos, aberto pelos advogados dos réus, sob o entendimento de que parte dos envolvidos já morreu. O pedido foi acatado pelo relator. Por outro lado, o PGR afirmou que a discussão deve seguir na outra ação, que questiona a anistia dos militares.
O assassinato de Rubens Paiva e a resposta do Estado ao crime vêm gerando debates nos últimos meses na esteira do sucesso do filme "Ainda Estou Aqui", que foi indicado ao Oscar de melhor filme nesta semana e que retrata a trajetória da viúva Eunice Paiva na busca por justiça.
jogar fortuneOs acusados de matar o ex-deputado foram ao STF para tentar barrar a ação que corria na Justiça Federal no Rio de Janeiro, sob a justificativa de que o processo afrontaria a Lei da Anistia.
Saque imediato de R$5 no PixDesde o pedido da defesa dos réus, em 2014, três dos cinco autores morreram: Rubens Paim Sampaio, em 2017; Jurandyr Ochsendorf e Souza, em 2019; e Raymundo Ronaldo Campos, em 2020.
Jacy Ochsendorf e Souza e José Antônio Nogueira Belham estão vivos, mas a ação penal contra eles está trancada por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O MPF recorreu do trancamento ao Supremo em 2021.
O procurador-geral defende a continuidade da discussão do caso nesse recurso. De acordo com o pedido, decisões da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) distinguem crimes políticos dos de lesa humanidade, que não poderiam ser protegidos pela Lei da Anistia.
Na prática, o órgão reforça uma tese apresentada à corte outras duas vezes, mas sem julgamento há mais de uma década. Essa diferenciação permitiria o julgamento de militares e civis que fizeram parte da repressão.
FolhaJusO MPF entende que o período histórico não foi devidamente passado a limpo. Ainda, argumenta que o Supremo pode avaliar que não deu um recado claro o suficiente no julgamento que validou a Lei da Anistia, em 2010, e considera importante reforçar que militares devem ser mantidos distantes da política.
"A matéria questionada envolve, na verdade, a própria incompatibilidade da Lei de Anistia com o ordenamento constitucional brasileiro e com as normas internacionais de proteção aos direitos humanos, já reconhecida pelas condenações sofridas pelo Estado brasileiro perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos", diz Gonet, numa das manifestações.
Assessores da corte e integrantes do Ministério Público ouvidos pela Folha avaliam que a ação seria uma oportunidade para dar mais clareza às consequências de atentados contra a democracia. O processo de Rubens Paiva teria o potencial de provocar a revisão dos termos da anistia pela ideia do crime continuado.
No caso concreto do ex-deputado, trata-se do crime de ocultação de cadáver: o Estado brasileiro ainda deve a informação do local do corpo de Rubens Paiva. Por issofortune tiger woods, segundo a Procuradoria, o crime não poderia ser anistiado.